Hoje é o dia de todas as mulheres, desde a Jodie Foster à Senhora Antónia da mercearia. Desde a moça gira do instagram à gordita que leva pontapés psicológicos diários por não ter um corpo de sonho.
É dia de todas as mulheres, mas principalmente das Mulheres que não têm vergonha do que são, que não põem o seu valor pessoal na balança oscilante dos padrões da sociedade e não fazem depender a sua auto-estima do grau de aprovação dos demais. Das que não escondem as estrias, a celulite e os cabelos brancos com receio dos tão dolorosos olhares e comentários alheios. É dia das Mulheres que, indiferentes à (sua) diferença, ou orgulhosas da mesma, aprenderam a gostar de si, a dar estilo às imperfeições que um dia repudiaram e a colocar todos os que ameaçam o seu auto-respeito num baldinho coberto de estrume.
É também dia de todas as grandes Mulheres que ainda não descobriram que o são. Que ainda vêem ódio e nojo escritos no corpo. Que ainda estão presas às algemas da sociedade e ao que os outros esperam de si. Que vêem no espelho alguém difícil de amar e desejar, contentando-se com pequenos nadas de quem nada mais tem para oferecer.
É dia de mostrarmos a todas essas Mulheres, de alma vazia e coração endurecido, quanta beleza cabe por detrás dos estereótipos que alguém se lembrou de inventar. Dia de lhes relembrarmos que a real beleza de uma mulher começa quando o seu amor-próprio grita mais alto que os olhares que a derrubam, que as opiniões proferidas por quem não sabe o quanto doem, que os restos de amor e respeito que um dia aceitaram.
Parabéns a todas as Mulheres e a todos os Homens que as fazem sentir-se como tal.
(Daniela Sousa - Blog Portugueses)
