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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Por vezes...

Por vezes, afasto-me sem que te apercebas...mas existe sempre uma razão, sou complicado sim, são poucas as pessoas que me entendem, e por vezes nem os meus pais, mas eu sou assim, afasto-me sem dizer, porque não tenho coragem para o dizer?! Talvez, mas prefiro assim, dói menos! 
Por vezes acredito demais em ti que dás de menos, mas no princípio soubeste iludir-me tão bem que acreditei que era para sempre, e agora por qualquer razão, fazes tudo ao contrário do que até aqui tinhas feito.
Por vezes, não vivo o momento, preocupo-me antes muito mais com quem está comigo, o medo de desiludir quem gosto "congela-me"...Porque tenho receio de ficar sozinho, de ser ultrapassado...porque a quem eu gosto "até às paredes confesso", e de coração faço tudo por elas...por vezes até em "detrimento" do meu "Eu". Chamas-te-me? Eu vou! Falaste comigo? Eu falo contigo! Caso contrário, não quero atrapalhar ou até sentir-me a mais. Tens tudo de mim? Deste o primeiro passo...porque eu nem um passo consigo dar, mas se o deste eu já consigo "rolar"! 
Outras vezes, lembro-me que sou do signo Leão!
Estou habituado a tomar decisões na minha vida que como outros diriam não lembram nem ao diabo, e por isso sou modelo, tirei curso de desporto entre outras mas mesmo assim sou deficiente motor. Irónico?! Contraditório?! Ou até impossível?!  Não penso assim, apenas faço o que quero e o que me dá prazer. Não é por andar numa cadeira de rodas que tenho de ter um padrão de comportamento que a sociedade reservou para os deficientes motores, nem sequer para as pessoas com limitações! Ah espera, afinal é a mesma coisa, um nome de catálogo que alguns me dão... mas não todos! 
Aqueles a quem me dou, vêem um Homem do signo Leão e é essa a razão, pela qual me dou a quem me dou! (Nota: será que o signo Leão devia ser para uma pessoa com limitações?! nunca tinha pensado nesta!)
Por vezes ser especial, tem consequências!

João Matias 22/02/2017

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Ainda é cedo.


Hoje disse-lhe que ainda é cedo. Que ainda há tempo para tudo, menos para nos sentarmos do lado cinzento da vida, de braços cruzados e sobrolho franzido, à espera do tal dia, da tal hora, da tal pessoa, do tal ponto de viragem. Que há capítulos que acabam mas o livro da vida ainda agora começou. Que temos o resto da vida para termos o que ambicionamos hoje, mas o que temos hoje não teremos o resto da vida. Ainda temos sangue fresco a correr-nos pelas veias, juventude a exalar pelos poros e uma alma pintada de todas as cores. Ainda temos o bolso cheio de devaneios e aventuras, utopias e fantasias, e uma ilusão saudável de que não existem esperanças quiméricas capazes de cortar a ambição que nos move. Ainda temos o melhor do mundo. Temos os raspanetes da mãe e o colo indelével e soberano do pai, que vão ser, decerto, as nossas saudades favoritas quando já não tivermos o melhor do mundo à distância de um regaço, para nos elevar as marés altas dos sonhos.
Disse-lhe que vão haver dias em que o otimismo se esvai, as palavras bonitas vão ser só isso mesmo e vamos mandar tudo para a Excelentíssima Senhora da Asneira. E está tudo bem com isso.
É tempo de correr o mundo de mochila às costas, pés na terra molhada e cabelos ao vento enquanto a vida é leve e doce. Enquanto temos tudo e não sabemos.
E quando alguém perguntar se não é demasiado louca a forma como vivemos a vida, que a nossa resposta seja sempre “Tomara que sim”.

Daniela Sousa


domingo, 19 de fevereiro de 2017

Vida

Quando nasci, nasci com medo e fui com medo, gritei mais alto que a morte e ela adormeceu para um dia voltar...não sei quando, nem quero saber, quero apenas a certeza que o milagre que compõe a minha genética/genica, valha realmente a pena!  
"Afinal, podemos escolher entre viver e ir andando!" - disse-me a Daniela.

Sempre gostei mais de vírgulas, do que de pontos finais. Apesar de não as saber usar, no sentido da escrita da Língua Portuguesa!

Desde o primeiro milésimo de segundo da minha vida, que troco o certo pelo incerto, e o pressuposto deixou de ser suposto. Foi por pouco...por isso, o pouco é tanto!

Hoje persigo a Vida, não a correr, nem a saltar mas sobre rodas porque chego mais depressa e não posso perder tempo, preciso de não dar tempo ao tempo.

Não vivo andando, vivo num ritmo de sprint! 
Vivo com a certeza que sempre serei o "fim e o início da minha história!"
À parte disso, tenho amigos, à luz da amizade e no movimento das minhas rodas, constrói-se a acção. 
Hoje pedi ajuda para chegar aos frutos silvestres, de uma qualquer mercearia, que como sempre estão na prateleira mais alta, onde só os meus amigos chegam e eu não chego!
Não bato bem da cabeça, porque vivo ao ritmo de um coração sobre rodas, e imaginem ganhei um Louvor e Reconhecimento Público da Câmara Municipal de Alcobaça, por ser exactamente assim. Reconheço os meus amigos, no meu coração não há perto nem distância, louvados sejam. 


João Matias 19/02/2017






sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

O Tempo é agora


Há dias em que nos embrulhamos na manta das lamentações, em que troveja do lado esquerdo do peito e sentimos saudades dos tempos em que a tarefa mais difícil era escolher entre o gelado de morango e o de baunilha.
São as contas para pagar, é o vizinho chato, é o trabalho que não é exatamente o que sonhámos, é aquele amor que era para sempre e acabou, é a vida que vai andando assim assim.
E a vida passa, o tempo passa e nunca mais chega o (nosso) Tempo. O Tempo em que finalmente tudo se ajeita e acontece de forma perfeitamente sobreponível ao que um dia planeámos.
Há dias em que queremos ser maiores que a pequenez de que somos feitos. Exaspera-nos a espera, falta-nos a (c)alma e o mundo gira num compasso acelerado, indiferente ao frenesim de quem tenta alinhar os passos no trapézio oscilante da vida.
Moramos numa casa feita de azulejos por fora e de amor por dentro, transborda-nos comida no prato e estamos rodeados de pessoas que são a nossa base e telhado quando os vórtices da vida sopram mais forte. Mas haverá sempre contas para pagar, o vizinho chato, o trabalho que nos esgota e a vida assim assim.
O que não nos falta são amigos para deambular na calçada, soltar umas gargalhadas, dançar à chuva e beber a vida de penalty. O que não nos falta são pessoas para colecionar momentos, eternizar instantes e ludibriar a finitude do amontoado de células que somos. O que não nos falta é vida lá fora à nossa espera. Mas lá fora está frio e a vida anda demasiado complicada para agora ainda apanharmos mais uma valente constipação. Pelo sim pelo não, o melhor é ficar por casa, enroscados no cobertor quentinho do conformismo à espera que o Tempo chegue.
E a vida passa, o tempo passa e nunca mais chega o (nosso) Tempo.
E surge o dia em que mudámos de emprego, reencontrámos o amor, o vizinho chato até sorriu e o carteiro carrancudo foi simpático pela primeira vez. Mas o Benfica perdeu. Ninguém sabe como é que a vida volta a fazer sentido depois de o Benfica perder.
E a vida passa, o tempo passa e chega finalmente o Tempo. O Tempo em que tropeçamos nos “afinais” que gostávamos de ter sabido mais cedo.
Afinal temos o tempo de um cigarro e não há tempo para esperar pelo Tempo.
Afinal podemos escolher. Podemos escolher mais música ou mais poesia, mais café ou mais limonada, mais amor ou mais hormonas, mais muros ou mais pontes. Afinal podemos escolher entre viver mais e constiparmo-nos menos. Podemos escolher entre viver e ir andando.
Afinal esquecemo-nos que os sete ventos não sopram a favor de quem não sabe para onde ir, que a vida não se faz colo para quem não o quer receber, que o dono do Tempo somos nós.
Afinal perdemos a vida a tentar ganhá-la se não escolhermos ganhá-la antes de a perder.
Afinal o Tempo é agora.


Daniela Sousa

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

O Dia de Hoje...

É sobre o pós Dia dos Namorados...
É verdade, não percebo disso, do amor, mas ando a tentar entender todos os dias que nem um louco! Sei ou nada sei...o grande dilema com que nos deparamos hoje, todos os dias; tentar não parecer sós. Nos dias que correm, um qualquer menu de telemóvel impede-nos de olhar, olhos nos olhos, frente a frente, com o Coração. A Vida essa acontece, devagar, mas acontece...e o Ouro nunca está na superfície! Lembro-me, ou tento lembrar-me, pelo menos! 
O verbo "descomplicar" é o que mais tento conjugar na minha vida, porque o lado esquerdo do peito, sempre será para mim o lado certo da vida! 
"Keep it simple" ensinaram-me num "Workshop"!
Por fim, a certeza de viver num Mundo "muito particular", vou deixar o mundo girar! 
A vida não se resume ao andar, é preciso mãos para abraçar um Coração!
Mãos sofridas, mãos gloriosas! Mãos preciosas, mãos apaixonadas! 
O Dia Perfeito? São todos os dias! 
Está nas tuas Mãos, melhorar a tua regulação emocional para que o teu coração, seja um lar, onde entra e sai emoção, sem estagnação.

João Matias 15/02/2017

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Happy Valentine's Day!


Hoje, no dia em que se celebra o amor (se é que há um dia certo para o celebrar), captei esta foto dos meus pais, o maior exemplo de amor e dedicação que tenho e que me faz crer que ainda há coisas, e pessoas, por quem vale a pena esperar.
Na altura em que se apaixonaram, há 47 anos, trocavam-se cartas de amor, já que não havia chats nem teclados emoji para trocar corações que se expandem e multiplicam por todo o ecrã. Deixava-se uma mensagem no pára-brisas do carro ou debaixo da porta, não se trocavam mensagens por facebook nem pelo whatsapp, como dita o facilitismo da geração em que vivemos. Namorava-se à janela e percorria-se as ruas de mãos dadas até que alguém tivesse a ousadia de dar o primeiro beijo, não se conheciam as cores dos lençóis de cada um num primeiro encontro.
Havia tempo nesses instantes. O amor dava trabalho e por isso mesmo é que era amor.
Hoje em dia franzem o sobrolho um para o outro quando um quer ver a bola e outro quer ver a novela, quando um prefere arroz com frango e outro prefere frango com massa, ou simplesmente quando a idade da reforma pede uma pitadinha de impugnação para apimentar os dias mais enfadonhos. De jovens adolescentes cheios de pinta a adultos teimosos de cabelos grisalhos, licenciados em cumplicidade, respeito mútuo e medicamentos para o reumático, são a prova real de que ainda há amores que valem a pena.
Nasci numa geração bem diferente da dos meus pais e (in)felizmente a minha visão
sobre o amor nunca se modernizou. Ainda sou adepta do entrelaçar das mãos, do abraço apertado que rouba o ar e do discurso desajeitado de quem tenta conter as borboletas na barriga. Não aprendi a ser deste tempo, de interesses fugazes e superficiais, de amores assim-assim, de pessoas que se habituaram a dar apenas a última fatia do bolo por terem dado as primeiras a quem deixou de gostar de açúcar.
Recuso-me a fazer refresh para esta nova versão do amor - que sabe a tão poucochinho-, tendo a certeza absoluta que o melhor que levamos da vida são as mãos dadas e todos os “para sempre” que nos predispomos a viver, durem eles uma vida inteira, anos, semanas ou pequenos instantes.

Happy Valentine’s Day! <3


Daniela Sousa